terça-feira, 22 de maio de 2007

Três pares

Olhos curiosos, que escondem
Olhos transparentes, se escondem
Olhos assustados

Todos guardados na mesma casinha.
Encantadores...
Trazem seus belos horizontes, um de cada vez.

E trazem também seus medos.
Reage cada par ao seu modo
Às belas imagens que passam.

Olhos fotográficos, levam pra si imagens.
Imagens levadas, facetadas
Cada olhar com sua parte.

Mal sabem os aflitos olhos:
As imagens são apenas faces da mesma realidade
que esperam poder juntar-se num momento.


E sabem elas que podem continuar partidas?

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Diário

Bordoada.
.
.
.
Instalada a dessemelhança,
tornou-se ela a enlouquecida.
Os ascendentes proferiram.
O amante, abandonou.
Pontuais dores.
.
.
.
Amigos transfigurados.
`A margem: liberdade.
A crise é positiva.
Não há volta.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Impressões

Uma noite pulsante. As pessoas deixam-se levar pela multidão. A flanar pelo centro.
Os cantos escuros são tão iluminados e vivos como o dia. Onde a música, a poesia e a expressão se misturam. Os desejos fundem-se.


O ser encontra o outro no caminho. Desencontram-se, despreocupam-se. Há por todos os lados protestos silenciados, ditos escancarados e, deitados, os desdenhados embriagados.

O desconhecido e o conhecido. Ambos tão únicos, igualmente tão parecidos e pobres. Arrebatados por motivos ou momentaneamente tentando desvencilhar-se deles.
No chão e no ar, o cheiro. Vertendo mais que todas as noites. O cheiro e o som nos caminhos.

No momento de fusão algo comum torna-se possível, talvez sabido. Tão fugaz quanto o momento, sucede como os breves encontros.

Meras impressões convivem com a dor latente, contínua... Expectativas de paradigmas desfeitos. Que não passam de esperança em corações desiludidos.
Estes sabem que a chamada “vida” retorna, vazia.

Os corações oprimem-se novamente.